Eu
transformava-te numa coisa só minha. Onde só eu é que te podia tocar. Seríamos
nós e o ar que nos falta. Não sobrariam sombras. Fazíamos tudo de cor e tudo no
preto no branco numa resolução de saídas. Só me fartava do que não existia por
não termos. Até as vozes se tornavam silenciosas só para te ver sorrir. Sabes,
um dia irei dormir ao teu lado, ouvir a tua respiração, ouvir os teus
batimentos cardíacos enquanto bebo uma caneca de chá. Irei deitar-me nas tuas
costas e brincar com o teu cabelo. Irei apertar a tua mão e escrever o quanto
és lindo vezes e vezes sem conta. Um dia, irei cantar uma música qualquer
daquelas lentas ao teu ouvido como se fosses um bebé que tento mimar. Um dia,
irei soletrar o teu nome com apenas três letras: Meu! Em dias
tornaste-te aquele que me faz sorrir e corar até à raiz dos cabelos só por te
ver. E agora?
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